Errar?
O Colóquio Internacional de Filosofia e Educação, que este ano acontecerá presencialmente, do dia 6 a 10 de maio de 2024, é um evento GRATUITO e aberto a TODAS as pessoas, sem condições. A inscrição pode ser feita independente de nível de escolaridade, nacionalidade, idade, área de atuação, time de futebol... Além disso, as condições de participação serão garantidas a todas as pessoas, inclusive com intérprete de LIBRAS, audiodescrição e quaisquer tecnologias necessárias para incluir a todos e todas.
Assim, nós do Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ, buscamos mais uma vez seguir no movimento de uma universidade realmente pública e aberta, que trabalha não só em função da pesquisa sobre, mas da pesquisa com. Defendemos com tudo o que temos a tese de que todas as pessoas podem igualmente pensar, e é por isso que nosso convite se estende sem restrições para participar da décima segunda edição do CIFE: uma imersão de uma semana em que nos perguntaremos juntos sobre os sentidos do estudar.
Será um espaço para estudar o errar, para sentir, pensar, escrever e dialogar; por isso, só se inscreva se puder participar intensamente do evento. Nossa proposta de trabalho busca, se não inaugurar um outro tipo de evento acadêmico, colaborar para uma mudança significativa no que significa pesquisar e estudar no âmbito da educação superior. Confira nossa proposta de trabalho para compreender como serão as atividades.
O evento é aberto e gratuito, mas toda participação será condicionada à inscrição por este site. Explore-o para estudar a proposta e contate-nos se tiver qualquer dúvida!
historico
Este colóquio é um desdobramento da proposta radical que inauguramos em 2020, quando decidimos retirar de nossa programação as palestras, apresentações de trabalho e envio de trabalhos acadêmicos compridos para dar lugar a textos curtos e questionadores, grupos de estudo e momentos de discussão. Não foi fácil e não será. Nem para aqueles que preferem aprender de alguém que supostamente já sabe e muito menos para aqueles que desejam ensinar o que acham que o outro deve saber. As estruturas que tornam possível a desigualdade das inteligências são muito fortes, e por incrível que pareça, abrir espaços para pensar junto é um grande desafio.
Mas apesar de estarmos sempre recomeçando, nossos encontros já têm uma rica história: em junho de 2002, teve lugar na UERJ o I Colóquio Franco-Brasileiro de Filosofia da Educação "O valor do mestre - igualdade e alteridade na educação", com a presença, dentre outros convidados, de Jacques Rancière e o lançamento de seu livro O mestre ignorante. A segunda edição do colóquio, em novembro de 2004, foi organizada sob o tema "O devir-mestre: entre Deleuze e a Educação". A terceira edição do Colóquio fez homenagem ao filósofo francês Michel Foucault, nos 80 anos de seu nascimento em outubro de 2006. O IV Colóquio, em agosto de 2008, deixou de ter um filósofo como tema central e passou a ter uma temática. Nessa ocasião foi: "Filosofia, aprendizagem, experiência". O V Colóquio, em setembro de 2010, passou a ser Internacional e não apenas Franco-Brasileiro. A sua temática foi "Devir-criança da filosofia: infância da educação". O VI Colóquio, em agosto de 2012, teve como tema "Filosofar: aprender e ensinar". Em cada uma das suas primeiras seis edições, o colóquio reuniu em torno de quinhentos participantes.
A partir da sétima edição, o número de participantes foi crescendo ano a ano, até acolhermos mais de mil participantes simultaneamente - sempre de forma aberta e gratuita. Em setembro de 2014, o VII Colóquio propôs o tema "O que pode a escola hoje em Nossa América?", para interrogar a potência da escola - como ambiente, como instituição, como forma, como espaço, como tempo, como mundo - no seu contexto de sentido, cultural e político.
Em 2016, a VIII versão do Colóquio aconteceu de 4 a 7 de outubro, em pleno contexto de golpe de Estado no Brasil, sob o tema "Comunidades que se tecem entre nosotros: alinhavando diferença e o ato de educar em uma língua ainda por ser escrita", penguntando-se por quais descaminhos novas estéticas ensinantes e aprendentes vinham conseguido se esboçar e como estes descaminhos poderiam oferecer resistência. Ou melhor: que contrapontos temos traçado entre nossas errâncias educativas e o eterno retorno da força do que difere?
O IX Colóquio, realizado de 1 a 5 de outubro de 2018 num contexto de crise da universidade pública e especialmente, de abandono da UERJ, se propôs a discutir a temática "Filosofia e educação em errância: inventar escola, infâncias do pensar". Buscando, em meio às crises e sob os efeitos perversos dos modos de exercer os poderes em nosso tempo, engendrar um encontro coletivo de enunciação pautado em lógicas errantes, difusas, infantis, cartográficas, nômades.
Este ano, com o que pudemos aprender com aquela experiência e no colóquio de 2022 presencialmente, pretendemos levar este exercício a novos limites.
Organizacao e apoio
Comissao organizadora
Comite cientifico